Confira 5 dicas apresentadas no CASE 2018

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Foram 16 horas de palestras simultâneas, divididas em dois dias intensos, seis palcos, 150 palestras, feira de negócios e três eventos, Além de convidados de várias partes do Brasil e do mundo. Esse foi o CASE 2018 (Conferência Anual de Startup e Empreendedorismo), quinta edição do evento mais importante para startups da América Latina.

Além das palestras do CASE 2018, este ano, se juntaram ao evento o Connect Samba e 2º Fórum de Inovação Startup Indústria. O primeiro, organizado pela Samba Tech, é focado em vídeos e trouxe profissionais dos mais variados segmentos para dar dicas, sugestões e contar cases de sucesso.

Confira o que rolou no CASE 2018.

Descubra os destaques do CASE 2018.

Já 2º Fórum de Inovação, organizado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), encerrou o primeiro ciclo do programa Conexão Startup Indústria e deu início ao segundo edital para selecionar novos participantes. Em outras palavras, o evento aproxima startups e indústrias.

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O Blog Vivo Empresas participou das palestras em todos os palcos e eventos dos dois dias de CASE 2018. Selecionamos as principais dicas do evento focado em startups e mostramos neste texto. Vamos lá?

5. Customer Experience: como escalar e crescer?

Uma das palestras de abertura do CASE 2018 ficou por conta do diretor de Customer Evangelism da Salesforce, Robert Lamb, que falou sobre como escalar e crescer uma empresa por meio da experiência do usuário. “Os clientes são mais importantes do que nunca. Nada deve ser mais importante do que o sucesso dos clientes”, argumentou.

E para colocar o cliente no centro do seu negócio, de acordo com Lamb, existem quatro pilares. Inclusive, são eles que ajudam a empresa a escalar e crescer. O primeiro é a cultura, que na visão do diretor da Salesforce é, muitas vezes, ignorado pelas empresas, principalmente as pequenas. “É o tempero secreto. É importante passar valor, confiança, igualdade para criar diversidade e dar voz para cada pessoa dentro da empresa. Isso é algo valioso”, avaliou.

Confira o que rolou no CASE 2018.

Palestra da Salesforce abriu o CASE 2018.

O segundo pilar é a experiência. Segundo Lamb, ter o melhor produto não é mais suficiente. Hoje, a experiência que o produto ou serviço entrega tem mais valor. “É importante entender que o cliente está disposto a pagar por uma boa experiência”, argumentou. No entanto, além da experiência do cliente, também é preciso focar na experiência dos funcionários. E assim atrair e reter melhores profissionais.

Clientes são importantes

O próximo pilar, conforme Lamb, está nos clientes. Eles precisam estar no cerne da empresa e se não estiverem, então é preciso reorganizar o negócio e o modelo de trabalho. “Tudo que fazemos como empresa deve ser determinado pelo cliente e suas ideias. Eles devem ser o farol para nos mostrar o que está certo ou errado no nosso negócio”, destacou.

Já o quarto pilar para crescer e escalar, conforme Lamb, é propósito da empresa. Aqui não se trata apenas de vender, mas no que mais a sua empresa agrega na vida dos clientes, dos funcionários e do mundo de um modo geral. Como exemplo, Lamb explicou que na Salesforce eles tratam a mudança como algo muito maior do que uma simples campanha de marketing.

Não à toa, eles investem em equalização dos salários entre os gêneros, trabalham campanhas pela diversidade, meio ambiente e educação. Isso é o que traz um senso de propósito para a empresa, para quem trabalha para ela, o que acaba por impactar clientes e até mesmo quem não é cliente. “Não queremos ter apenas um grande produto, mas um grande mundo”, enfatizou.

Confira o que rolou no CASE 2018.

CASE 2018 contou com a presença de profissionais que trabalham no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Prepare seu negócio

4. Vale do Silício: como ter uma startup de sucesso?

Uma das palestras de destaque da arena do 2º Fórum de Inovação Startup Indústria, foi a de Christian Knipfer, Manager, International & Government Relations at Plug and Play, uma das aceleradoras de startup do Vale do Silício, nos Estados Unidos. Para ele o primeiro passo para ter uma startup de sucesso é saber aproveitar as mudanças. “Existem lacunas de oportunidades. E você como dono de startup precisa ver isso e saber aproveitar”, revelou.

Em seguida, Knipfer explicou que é preciso ter paixão pelo seu negócio e pelo o que você faz. “Quando você vai entrevistar alguém para uma vaga ou vai atrás de um investimento, se você tem paixão pelo que faz, isso transparece na sua história, o que contagia as pessoas”, destacou. E por último, o manager da Plug and Play elencou o trabalho duro e os bons colaboradores. “Ninguém faz nada sozinho”, lembrou.

3. Case: iFood

Outra palestra muito aguardada no CASE 2018 foi o case sobre o aplicativo iFood, realizada pelo CEO da empresa Carlos Moyses. Em novembro, o app recebeu um aporte de US$ 500 milhões para investimento. Mas antes de chegar nesse patamar, aconteceram alguns percalços e foi isso que o CEO do delivery narrou no evento.

Confira o que rolou no CASE 2018.

CEO do iFood explicou como empresa se tornou um sucesso.

Moyses explicou que a ideia do iFood nasceu em 2006, no entanto, levou cinco anos para sair do papel. “Isso aconteceu simplesmente porque não havia foco. Então, esse é o primeiro aprendizado: tenha foco!”, relatou.

Já o segundo aprendizado ensinou sobre a importância do dinheiro. “Nosso primeiro investimento acabou antes do primeiro ano. Por isso, quando receber um investimento, por maior que seja, se planeje e gaste apenas com o necessário. Foque em escalar seu negócio e em tecnologias”, recomendou.

Após ajustar esses dois primeiros pontos, o iFood, aos poucos, cresceu. Para se ter uma ideia, em novembro deste ano, o app fechou com 12,5 milhões de pedidos apenas no Brasil. E para Moyses esse crescimento está relacionado a metas e estratégia claras. “Hoje todos temos uma meta bem definida”, revelou.

Além disso, o CEO do iFood afirmou que é fundamental estudar e conhecer o mercado. “Conheça os players do seu mercado. O que eles fazem de diferente de você? Precisamos estar sempre aprendendo”, destacou. Moyses ainda afirmou que nunca se deve montar uma startup pensando em vendê-la. Pelo contrário, é preciso pensar em adquirir outras empresas. “Até hoje o iFood comprou 25 empresas. Isso é importante porque traz talento e visão de mercado local. Ou seja, traz conhecimento e relacionamentos”, finalizou.

2. Como LinkedIn usa vídeos para engajar, reter e atrair?

Confira o que rolou no CASE 2018.

O conteúdo é o terceiro principal motivo que fazem as pessoas terem uma conta no LinkedIn.

Na arena Connect Samba, uma das palestras de destaque foi a da gerente de vendas do LinkedIn, Michelle Schneider, que explicou a melhor forma de se usar vídeos da rede social. Porém, antes das dicas sobre vídeos, a profissional trouxe dados que mostram o LinkedIn como uma das melhores opções para investimento em mídia. Ainda mais para quem tem público-alvo de B2B.

Somente no Brasil são 590 milhões perfis no LinkedIn. O número é o quarto maior do mundo. Segundo Michelle, estudos mostram que a maioria dos usuários usam a plataforma como uma vitrine profissional. Em segundo, pelo network e por último pelo conteúdo. E conforme o relatório global Business Insider, o LinkedIn é apontado, pelo segundo ano consecutivo, como a rede social mais confiável.

E o jeito mais assertivo de se fazer conteúdo nessa plataforma, de acordo com Michelle, é por meio de vídeos. “75% dos executivos assistem a vídeos relacionados ao trabalho em sites de negócios, em comparação com 52% que assistem a vídeos em sites como o Youtube”, revelou.

Dicas de vídeo

Confira o que rolou no CASE 2018.

Gravar com o próprio celular sai barato.

E para tentar motivar o investimento em vídeos, principalmente na plataforma, a gerente de vendas do LinkedIn, deu dicas de como fazer vídeos com pouco investimento. “Quando falamos de vídeos, as pessoas já pensam em superproduções, mas dá para fazer vídeos baratos”, destacou.

Nesse sentido, Michelle sugere o investimento em conteúdos no estilo comentarista, por exemplo. Ou seja, onde você usa apenas um celular para falar com o público. Porém, mais do que o formato, mais importante é ser criativo de modo a capturar a atenção nos primeiros seis segundos de vídeos. Além disso, interaja com o público, foque em uma boa storytelling, sempre use legendas e mostre como você ou seu produto pode ajudar. “E acima de tudo não faça vídeos longos. No máximo dois minutos”, comentou.

1. Dados de crescimento

Sem dúvida, um dos grandes destaques do CASE 2018 foi a presença de Ekaterina Skorobogatova da TheVentureCity, uma das empresas do Vale do Silício. Ela trabalhou por oito anos do Facebook, ajudando no crescimento de vários produtos, tais como Instagram e WhastApp. Durante a palestra do CASE, Ekaterina falou sobre como olhar para os dados de uma empresa e focar no crescimento.

A primeira dica da especialista em crescimento de empresas é não usar “métricas de vaidades”. E o que seria isso? Por exemplo, se você tem uma rede social da sua empresa ou startup, o número de curtidas da sua página não é algo importante. O que realmente importa é o número de interações ou de produtos vendidos a partir dali.

O segundo alerta de Ekaterina foi sobre as empresas olharem apenas para o número de aquisições de novos usuários, sem se importar adequadamente na retenção dos mesmos. “Conseguir novos usuários é importante, mas não basta apenas ter novos usuários. É preciso manter esses usuários. Caso contrário, é como encher um balde com um furo embaixo. Ou seja, você vai perder tudo”, alertou.

Para retenção de clientes, Ekaterina sugere que é preciso pensar no que seu produto tem de único e saber explorar isso. Depois, é preciso trabalhar para evitar a saída de usuários no primeiro dia ou semana de uso do seu produto ou serviço.

Momento Aha!

Confira o que rolou no CASE 2018.

Descobrir o momento Aha envolve analisar de dados.

Em relação aos novos clientes, a especialista em crescimento sugere que as empresas foquem na experiência do usuário, ou seja, em encantá-los. “É esse o momento que chamamos de momento eureca ou Aha. É o momento em que o usuário percebe o valor do seu produto ou serviço. Se conseguir isso, vai conseguir engajar e a retenção aumenta e isso leva ao crescimento”, analisou.

Como exemplo, Ekaterina citou o Facebook. Eles perceberam que para reter os usuários, essas pessoas precisavam ter nos primeiros 10 dias de rede social, ao menos, sete amigos. Caso contrário, elas abandonariam a plataforma. “Por isso, quando você entra, eles fazem de tudo para te ajudar a ter o máximo de amigos. Porque eles sabem que isso aumenta a chance de você ficar na plataforma”, revelou.

E como descobrir esse momento Aha? Para Ekaterina a resposta é simples: basta olhar seus dados! Olhe, por exemplo, o comportamento inicial do seu usuário. Como número de compras ou visitas. Compare um com o outro. O que faz seu usuário ficar ou sair? “Às vezes, o momento Aha não será apenas um único momento, mas um conjunto deles. Entenda o padrão e tendências dos seus usuários e trabalhe na retenção nos primeiros sete dias”, destacou.

Bônus: Wayra no CASE 2018

Além da troca de experiências, de ouvir dicas e cases de sucesso, muitas empresas participaram do CASE 2018 em busca de boas parcerias. Esse foi o caso da Wayra, hub de inovação aberta da Vivo no Brasil e da Telefônica, no mundo. Eles participam desde as primeiras edições do CASE com o objetivo de investir em startups e fazer negócios com empresas.

Confira o que rolou no CASE 2018.

Wyara, hug da Vivo, estava no CASE 2018.

No entanto, este ano, a Wyara fez uma mudança. Nos eventos anteriores, eles buscavam qualquer tipo de startup para investir, sem se importar muito com o setor ou tecnologia a ser investido. Porém, em 2018, a empresa estava focada em tecnologias que possam agregar valor, trazer receita ou eficiência a Vivo, no Brasil, ou a Telefônica, pelo mundo.

“Hoje buscamos empresas mais maduras que possam trabalhar com uma grande corporação como a Vivo, nas áreas de IoT, fintech, realidade virtual e aumentada, cibersegurança, blockchain, Inteligência Artificial e machine learning”, explicou Carolina Morandini, head of Startup & Business Development da Wayra Brasil.

Por ano, a Wayra investe em 10 startups algo em torno de R$ 200 a R$ 500 mil em cada uma. No entanto, para chegar a essa seleção, é preciso conhecer e conversar com muitas empresas. “Para chegar nessas 10, conversamos com umas 150 a 200 e pesquisamos mais de 1.000. Então, estamos o tempo todo pesquisando empresas”, revelou Carolina.

Quer saber mais sobre a Wyara? Então, clique aqui!  E continua conosco para mais informações sobre negócios!

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