Alimentos plant-based: entenda este mercado promissor

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Adotar uma dieta plant-based (à base de vegetais) — frutas, vegetais, legumes, grãos integrais, nozes e sementes — está se tornando uma opção cada vez mais comum. Dentre os fatores determinantes para este crescimento, estão a mudança dos hábitos do consumidor e a tecnologia, que vem tornando as comidas vegetarianas cada vez mais saborosas e parecidas com os produtos de origem animal.

Além de agradar ao paladar, esses alimentos também são alternativas que colaboram para o desenvolvimento sustentável, visto que a sua produção causa menos impactos ambientais. Outro benefício desses produtos é que uma dieta baseada em vegetais também pode ser mais saudável para as pessoas do que uma tradicional, mostram décadas de pesquisa.

Um estudo conduzido por pesquisadores das Universidades de Cornell e Oxford e da Academia Chinesa de Medicina Preventiva por 20 anos analisou pessoas que viviam em 65 condados rurais da China. Eles descobriram que aqueles em uma dieta plant-based tinham taxas significativamente mais baixas de doenças cardíacas, diabetes e câncer em comparação aos comedores de carne e laticínios nas regiões mais ricas.

Para o agricultor esses representam uma boa oportunidade de negócios. Afinal, esse é um mercado em plena ascensão e que atende a demanda mundial por alimentos saudáveis e sustentáveis.

Acompanhe este artigo e fique por dentro das oportunidades geradas pelos alimentos à base de vegetais. Aqui, você verá:

  • O que são alimentos plant-based
  • Crescimento do mercado de alimentos plant-based
  • Tecnologias e casos de sucesso de produtos plant-based
  • Tecnologias que ajudam na produção dos insumos vegetais
  • A importância dos alimentos à base de plantas para a sustentabilidade

O que são alimentos plant-based

O termo “plant-based” pode ter diferentes sentidos, dependendo do contexto. Originalmente, o nome foi criado nos anos 1980, para definir um hábito alimentar de predominância vegetal. Dessa forma, no sentido de dieta, a denominação refere-se ao costume de se privilegiar folhas, grãos, legumes, vegetais, etc. Porém, esta prática não necessariamente excluía alimentos de origem animal.

Entretanto, esse termo foi apropriado pela indústria alimentar para designar alimentos estritamente vegetarianos parecidos com os similares de origem animal. Assim, hambúrgueres, leites e queijos plant-based, por exemplo, podem ser sinônimos de produtos que se assemelham aos convencionais, porém são produzidos apenas com ingredientes vegetais.

Outra possibilidade ainda é denominar a comida vegana como alimento a base de vegetais, embora o termo “veganismo” não se refira a um hábito alimentar, mas sim a um estilo de vida. Plant-based, portanto,  nesse caso exclui não apenas a carne na composição mas também os derivados, como ovo, leite e mel.

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Crescimento do mercado de alimentos plant-based

O setor é um dos mais promissores da atualidade. Segundo um estudo da Bloomberg, a estimativa é de que esse mercado cresça mundialmente mais de cinco vezes em uma década. Os números indicam que alternativas à proteína animal movimentaram US$ 29,4 bilhões, em 2020, e devem atingir a marca de US$ 162 bilhões até 2030.

O expressivo aumento se deve aos veganos e vegetarianos e também aos consumidores em geral, que buscam cada vez mais diminuir o consumo de carne. Esse perfil de consumidor é conhecido como flexitariano, termo que se refere às pessoas que frequentemente buscam alternativas aos alimentos de origem animal.

Segundo pesquisa do IBOPE, coordenada pela The Good Food Institute (GFI), em 2020, 50% dos brasileiros afirmaram ter reduzido o consumo de proteína animal. Em 2018, esse número era de 29%. 

Outro estudo publicado pelo IBOPE naquele mesmo ano, em parceria com a ADM, demonstrou que 52% dos entrevistados consideram-se flexitarianos. Esse mesmo levantamento indica que as maiores motivações para a adoção desse hábito de consumo é a busca pela melhora na saúde e pela qualidade nutricional dos alimentos.

Tecnologias e casos de sucesso de produtos plant-based

Se há cerca de cinco anos, praticamente não existiam produtos nos mercados brasileiros alimentos nacionais com o termo “plant-based” no rótulo, hoje em dia, muitas grandes redes varejistas têm algum desses produtos nas suas prateleiras.

Conforme aponta um estudo da Euromonitor, houve um aumento de 70% do consumo de alimentos plant-based no Brasil entre 2015 e 2020. No período, o gasto estimado com esses produtos no País passou de US$ 48,8 milhões para US$ 82,8 milhões. 

O crescimento desse setor se deve muito ao investimento de grandes marcas em alimentos à base de plantas semelhantes aos produtos de origem animal, como leites, hambúrgueres e nuggets. Isso foi possível graças à tecnologia, que proporcionou que gostos, cheiros e texturas típicas de carne e seus derivados fossem aplicados a ingredientes vegetais.

A foodtech pioneira no Brasil em alimentos com essas características é a Fazenda Futuro. A empresa começou a ser desenvolvida em 2017 e lançou seu primeiro produto, um hambúrguer vegetal, em 2019.

Para imitar o alimento de origem animal, tanto em gosto quanto em textura, cheiro, cor, nutrientes e até na sensação da mordida, essa startup utilizou Inteligência Artificial (IA) para analisar sensações sensoriais e buscar a maior semelhança possível entre o hambúrguer à base de plantas e os convencionais. 

O resultado foi a utilização de diferentes combinações de proteínas de soja, ervilha e grão-de-bico, além de outros ingredientes, como beterraba. Hoje em dia, a Fazenda Futuro também oferece produtos como almôndegas, linguiça e tiras de frango.

Posteriormente, grandes empresas brasileiras do ramo alimentício, como a BRF e a JBS, entraram no mercado de comidas tecnológicas à base de vegetais. Conforme dados de 2021, a linha “Incrível”, da Seara, é líder no mercado plant-based nacional, compondo cerca de 60% de todas as vendas.

Tecnologias que ajudam na produção dos insumos vegetais

Para abastecer o setor de alimentos plant-based com insumos vegetais, como soja, ervilha, oleaginosas, etc. os produtores rurais que digitalizam a fazenda levam vantagem. Nesse processo, as tecnologias de ponta são utilizadas para melhorar a produtividade e promover a sustentabilidade das lavouras.

Essa prática do uso das ferramentas digitais na agropecuária também é chamada de agricultura 4.0. O diferencial desse processo produtivo é otimizar a produção por meio da conectividade entre diversas ferramentas, automatizando atividades e fazendo previsões além da capacidade humana.


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IoT e big data

No campo, a Internet das Coisas (IoT) é uma das inovações de maior impacto. Por meio desse recurso, máquinas, drones e até mesmo a terra agricultável e o ar são equipados com sensores capazes de colher dados, e, em alguns casos, tomar decisões autônomas. O resultado disso é a eficiência nos processos e o consequente aumento de produtividade e redução de perdas agrícolas.

A IoT pode ser aplicada, por exemplo, no sistema de irrigação, permitindo o acionamento automático dos equipamentos com base em dados relacionados à umidade do solo, à previsão do tempo, dentre outras variáveis. 

A IoT ajuda, ainda, na gestão energética da fazenda e no uso inteligente do maquinário. Nesses casos, os dados colhidos pelos sensores ajudam a medir as variáveis econômicas que podem reduzir os gastos com energia e a avaliar o desgaste natural das máquinas, contribuindo na manutenção dos equipamentos.

Além das fazendas ao ar livre, a IoT também é útil em outros locais e sistemas de produção de alimentos, como fazendas verticais, estufas e hidroponia. A lógica é a mesma: equipar objetos físicos com sensores que auxiliam no acompanhamento dos processos e na tomada de decisões.

O processamento dos dados coletados pela IoT e demais fontes de informações também é um recurso tecnológico importantíssimo ao agronegócio, em um processo conhecido como big data

Essa análise em larga escala oferece informações muito mais acuradas sobre a atividade produtiva, proporcionando previsibilidade ao produtor rural. Dessa forma, o agricultor, por meio do processamento de dados, obtém informações precisas para se planejar desde o plantio até o escoamento da produção.

Cloud computing e conectividade

Outro recurso essencial à digitalização do campo é a computação em nuvem

No contexto da agricultura digital, essa ferramenta pode ser compreendida como uma espécie de ambiente virtual utilizado entre os gestores e os colaboradores. Nele, é possível armazenar e compartilhar documentos, relatórios e demais informações que podem ser acessadas remotamente com elevado nível de segurança.

Dentro desse sistema em nuvem, são utilizadas as ferramentas de colaboração, permitindo que diversas pessoas tenham acesso aos mesmos softwares de trabalho remotamente. Dessa forma, a comunicação entre sede e propriedade se torna muito mais prática, dinâmica e eficiente.

Para todo esse ecossistema funcionar de forma rápida, segura e estável, o investimento em conectividade é essencial. A conexão, afinal, é a base de tudo, proporcionando o funcionamento adequado de IoT, big data e cloud computing no campo.

Além disso, com bons serviços de conectividade, é possível ter acesso em tempo real a todos os dados dos dispositivos conectados na fazenda. É viável ao gestor, por exemplo, acompanhar imagens das câmeras de segurança, a telemetria dos maquinários pesados, as informações meteorológicas, dentre outras informações, em uma única ferramenta.

Um avanço nas telecomunicações que aumentará a qualidade da conexão no interior do Brasil é a tecnologia 5G. Prevista para começar a ser implantada em larga escala no País ainda este ano, essa inovação trará muito mais velocidade, estabilidade e alcance à internet brasileira.

A importância dos alimentos à base de plantas para a sustentabilidade

O agronegócio trabalha de maneira contínua para satisfazer a demanda alimentar de uma população mundial cada vez maior e mais urbanizada. Entretanto, um dos maiores desafios atuais do setor é garantir não apenas alimentos, mas sim comidas saudáveis e ecologicamente sustentáveis.

Nesse aspecto, o mercado plant-based constitui uma oportunidade de reposicionamento, visto os benefícios que esse nicho traz à sustentabilidade. Em relação à emissão de gases do efeito estufa na agricultura, 57% de todas as emissões se devem aos alimentos de origem animal, enquanto as comidas vegetais emitem 29%, segundo estudo de setembro de 2021, publicado na revista Nature.

Se considerado o uso da água, os alimentos de origem vegetal também levam vantagem. Segundo dados da organização Water Footprint Network, de 2012, a produção de proteínas oriundas de legumes gasta menos água em relação às proteínas animais. 

Conforme o estudo, a média de consumo dos vegetais é de 26 litros de água por grama de proteína, enquanto todos os alimentos de origem animal pesquisados superam essa marca. Os dados relativos à produção de ovo, leite e carnes de frango, porco e boi são, respectivamente: 29, 31, 34, 37 e 112 L/g.

Sabendo do potencial dos alimentos plant-based, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) planeja a regulamentação do setor. O objetivo da pasta é proporcionar a justa concorrência das fontes de proteínas animais e vegetais, de forma que ambas possam crescer no mercado e que o Brasil também possa ser referência nesses novos produtos.

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A era digital vem transformando todas as atividades econômicas, e com o agronegócio não é diferente. Para conquistar mercado e atender a demanda cada vez maior por alimentos sustentáveis, a tecnologia é uma das maiores aliadas do produtor rural.

No suprimento de insumos para o setor de alimentos plant-based, a digitalização das fazendas é fundamental. Com sofisticação tecnológica, o produtor de soja, ervilha e leguminosas em geral maximiza a produtividade, gera menos desperdício e amplia o faturamento.

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Até a próxima!

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